Arquitetura e Bem-Estar: Como o Design de Unidades de Demência Impacta a Qualidade de Vida
O aumento no número de pessoas com demência em todo o mundo tem impulsionado a criação de unidades especializadas para atender às suas necessidades. No entanto, nem sempre essas instalações conseguem promover o bem-estar ideal de seus residentes. Um estudo recente investigou a relação entre o projeto arquitetônico de sete unidades de demência e o bem-estar de seus moradores.
O estudo avaliou o bem-estar físico, medido em termos de conforto e estimulação, e o bem-estar social, avaliado por meio de status, confirmação comportamental e afeto. Adicionalmente, foram observados e documentados os comportamentos verbais e físicos de agitação dos residentes. Os resultados revelaram diversas correlações entre as dimensões do bem-estar e os comportamentos de agitação. Verificou-se que layouts que favorecem o bem-estar físico dos residentes estão negativamente relacionados à agitação verbal e a todos os comportamentos de agitação combinados. Ou seja, um ambiente fisicamente adequado pode contribuir para a redução desses comportamentos.
Surpreendentemente, foram encontradas inconsistências entre os layouts que apoiam o bem-estar social dos residentes e os comportamentos de agitação. Observou-se um aumento nesses comportamentos em layouts que favorecem o status e o afeto. Essa descoberta sugere que a relação entre o ambiente social e o comportamento em unidades de demência é complexa e merece uma investigação mais aprofundada. Este estudo exploratório oferece *insights* valiosos sobre a importância do layout arquitetônico de unidades de demência para melhorar o bem-estar dos residentes. Além disso, demonstra o potencial de ferramentas quantitativas para examinar as configurações espaciais dessas unidades, abrindo caminho para a otimização do ambiente e, consequentemente, da qualidade de vida das pessoas com demência. A incorporação de uma dimensão descritiva de bem-estar em investigações quantitativas pode aprimorar nossa compreensão desses ambientes, oferecendo uma abordagem promissora para otimizar o bem-estar geral dos residentes. Mais estudos são necessários para confirmar e expandir essas descobertas, a fim de criar ambientes de cuidados mais eficazes e compassivos.
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