Variação da Frequência Cardíaca e Dores Musculares: Uma Nova Perspectiva
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) tem sido reconhecida como um indicador sensível às mudanças no corpo, incluindo a dor. Um estudo recente investigou se a indução da dor muscular de início tardio (DOMS, na sigla em inglês), aquela dor que surge após o exercício, já provoca alterações na VFC durante o próprio exercício, mesmo antes da dor ser totalmente manifestada.
Para investigar essa relação, pesquisadores realizaram um estudo com 19 jogadores de handebol de elite, submetendo-os a exercícios que induzem DOMS, utilizando um dinamômetro isocinético. Durante a sessão de exercícios, foram feitas medições contínuas da VFC. Os resultados indicaram que os parâmetros da VFC no domínio do tempo-frequência podem ser descritos por uma função exponencial em relação à frequência cardíaca. Adicionalmente, a entropia apresentou um comportamento em forma de ‘V’, com um ponto de inflexão que separa intervalos descendentes e ascendentes.
O protocolo de DOMS resultou em um aumento dos parâmetros de VFC no domínio do tempo-frequência em toda a faixa de frequência cardíaca. Em contraste, os valores de entropia da amostra foram sistematicamente reduzidos, sugerindo um aumento do tônus simpático. Curiosamente, a função de entropia da amostra, dependente da frequência cardíaca, exibiu um caráter não linear durante o exercício. Observou-se que indivíduos com maior DOMS apresentaram valores de entropia mais baixos abaixo do ponto de inflexão da frequência cardíaca, e vice-versa acima desse ponto. Esses resultados sugerem que a dor muscular tardia pode estar associada a alterações complexas na regulação autonômica do coração, abrindo novas perspectivas para o monitoramento e prevenção de lesões no esporte e em atividades físicas.
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