Desvendando Expressões Faciais: Um Novo Sistema para Prever o Autismo
A análise das expressões faciais sempre representou um desafio significativo na pesquisa em saúde mental. O Sistema de Codificação de Ações Faciais (FACS), embora amplamente utilizado, demanda tempo, recursos e expertise consideráveis para codificação. Isso motivou o desenvolvimento de sistemas automatizados de aprendizado de máquina para detectar Unidades de Ação (AUs), que representam movimentos faciais específicos. No entanto, a precisão desses sistemas ainda deixa a desejar para muitas AUs, limitando sua aplicação em pesquisas comportamentais.
Um estudo recente propõe uma abordagem inovadora para contornar as limitações do FACS automatizado. Em vez de replicar a análise de especialistas humanos, os pesquisadores desenvolveram um novo sistema de codificação baseado em dados, chamado Facial Basis. Esse sistema utiliza unidades que correspondem a movimentos faciais 3D localizados e interpretáveis, superando as restrições estruturais dos métodos automatizados de FACS. A principal vantagem do Facial Basis é sua capacidade de operar de forma não supervisionada, eliminando a necessidade de anotação manual dispendiosa e sujeita a variações. Além disso, ele reconstrói todos os movimentos observáveis, em vez de se limitar a um repertório predefinido de movimentos reconhecíveis.
O Facial Basis demonstrou um desempenho superior ao detector de AU mais utilizado na previsão do diagnóstico de autismo a partir de conversas presenciais e remotas. Esse resultado destaca a importância de codificar o comportamento facial de forma abrangente. Uma característica fundamental do Facial Basis é que suas unidades são aditivas, enquanto as AUs podem não ser detectadas quando aparecem em combinações não aditivas. O Facial Basis representa uma alternativa promissora ao FACS para a análise de expressões faciais em vídeos, oferecendo uma ferramenta poderosa para a pesquisa em saúde mental e, particularmente, para o estudo do autismo. A implementação do método está disponível em código aberto, facilitando sua utilização por outros pesquisadores.
Origem: Link