Hikikomori e Redes Sociais: Um Estudo Sobre o Uso de Mídias Digitais e Isolamento Social
O termo hikikomori, originário do Japão, descreve um estado de extremo isolamento social, onde o indivíduo se retira para dentro de sua própria casa por um período prolongado. Tradicionalmente, essa condição é vista como patológica, associada a sofrimento e prejuízo funcional. No entanto, com as mudanças nas dinâmicas de trabalho e estudo, especialmente após a pandemia de COVID-19, surgiu o conceito de ‘hikikomori não patológico’, referindo-se a pessoas isoladas em casa, mas sem os mesmos níveis de angústia ou comprometimento funcional.
Uma pesquisa recente investigou a relação entre o uso de redes sociais e o fenômeno hikikomori, buscando entender se existem diferenças no comportamento online entre indivíduos com hikikomori patológico e não patológico. O estudo envolveu mais de 1400 participantes, auto-identificados como usuários frequentes da internet, que responderam a questionários sobre seu uso de mídias sociais, status de hikikomori e fase do isolamento (inicial, prévia ou completa). Os resultados revelaram que pessoas com hikikomori patológico tendem a utilizar um número maior de plataformas de mídia social.
Além disso, o estudo apontou que, dentro do grupo de hikikomori patológicos, o uso intensivo de plataformas como TikTok e YouTube se destaca. Esses indivíduos não apenas enviam e recebem mais mensagens através dessas plataformas, mas também se envolvem em estilos de comunicação mais direcionados, estilizados e amplamente divulgados. Esses achados sugerem uma complexa interação entre o uso de mídias sociais e o isolamento social, indicando que plataformas como YouTube e TikTok podem estar ligadas ao hikikomori patológico. No futuro, é importante investigar se essas ferramentas podem ser utilizadas como instrumentos de intervenção para apoiar pessoas que sofrem com essa condição.
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