Saúde Desvendada

Crianças com implantes cocleares (IC) podem apresentar um risco aumentado de disfunção vestibular, impactando o equilíbrio. Avaliar a confiabilidade dos testes de equilíbrio, tanto estáticos quanto dinâmicos, é crucial para o acompanhamento e tratamento adequados. Um estudo recente investigou a confiabilidade desses testes em crianças com IC, buscando validar sua utilização clínica.

O estudo envolveu 62 crianças com implantes cocleares, com idades entre 7 e 13 anos. Foram aplicados diversos testes de equilíbrio, incluindo testes estáticos como o teste de apoio em uma perna só (SLST) e o teste de Romberg em tandem (RT) com olhos abertos (EO) e fechados (EC). Os testes dinâmicos incluíram o teste “Timed Up and Go” (TUG) e o teste de caminhada em figura de oito (F8WT). Adicionalmente, utilizou-se a Escala de Equilíbrio Pediátrica (PBS), que abrange componentes estáticos e dinâmicos. Cada criança realizou os testes em duas sessões separadas, conduzidas pelo mesmo fisioterapeuta dentro da mesma semana.

Os resultados demonstraram excelente confiabilidade intrarrater para todos os testes de equilíbrio aplicados. A Escala de Equilíbrio Pediátrica (PBS) também apresentou excelente consistência interna. Observou-se fortes correlações entre os testes de equilíbrio estático e correlações moderadas entre os testes dinâmicos. As correlações entre os testes estáticos e dinâmicos foram mais fracas. A PBS apresentou forte correlação com os testes estáticos e moderada correlação com os testes dinâmicos. Esses achados confirmam a confiabilidade das avaliações, embora a validade não tenha sido examinada e deva ser abordada em pesquisas futuras para estabelecer sua utilidade clínica nesta população. A identificação precoce de problemas de equilíbrio em crianças com IC é fundamental para promover seu desenvolvimento motor e participação em atividades diárias. O estudo demonstra que os testes utilizados são confiáveis e podem ser utilizados para monitorar o progresso de crianças com IC. Mais pesquisas são necessárias para validar esses testes e entender melhor como eles se relacionam com o desempenho funcional das crianças.

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