Autismo e Tratamento Ortodôntico: Desafios e Considerações Essenciais
Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem apresentar desafios únicos em ambientes odontológicos, incluindo durante tratamentos ortodônticos. Essas dificuldades frequentemente surgem devido a características como hipersensibilidade sensorial e comportamentos restritivos e repetitivos. Um diagnóstico tardio de TEA, realizado somente na idade adulta, pode levar a que procedimentos odontológicos sejam realizados sem a devida adaptação às necessidades específicas do paciente, resultando em experiências negativas e resultados insatisfatórios.
Um estudo de caso recente detalhou as experiências de três pacientes com TEA diagnosticado na vida adulta que enfrentaram complicações significativas durante o tratamento ortodôntico. Um homem de 23 anos necessitou de retratamento ortodôntico devido à oclusão instável e exacerbação de condições psiquiátricas que demandaram hospitalização. Uma jovem de 18 anos abandonou a escola devido ao desconforto causado por alterações na dentição e aparência facial durante o tratamento. Já uma mulher de 41 anos relatou dor na mandíbula e mudanças na aparência facial após o alinhamento dos dentes.
Em todos os casos, o desconforto persistente e a exacerbação das condições psiquiátricas estavam relacionados às características do TEA, como a intolerância a mudanças na oclusão ou na aparência facial, hipersensibilidade e comportamentos repetitivos. A pesquisa destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar e cuidadosa na gestão do tratamento ortodôntico em pacientes com TEA, especialmente aqueles diagnosticados na idade adulta. A avaliação criteriosa das indicações para o tratamento e a adaptação do plano às necessidades individuais são cruciais para evitar um ciclo vicioso de desconforto, exacerbação de condições psiquiátricas e resultados ortodônticos insatisfatórios. O acompanhamento multidisciplinar a longo prazo é essencial para garantir o sucesso do tratamento e o bem-estar do paciente.
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