Representação Visual de Partes do Corpo e Autismo: O que Revela o Córtex Occipitotemporal Lateral?
Um estudo recente explorou a representação visual de partes do corpo no córtex occipitotemporal lateral (LOTC) em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O LOTC desempenha um papel crucial no reconhecimento do corpo humano, e pesquisas anteriores indicaram padrões de resposta distintos para diferentes categorias de partes do corpo – partes efetoras de ação (como mãos), partes não-efetoras e partes faciais – em indivíduos com desenvolvimento típico.
A pesquisa, utilizando ressonância magnética funcional (fMRI), investigou se essa organização topológica do LOTC se mantém em pessoas com TEA. Os participantes, adultos com e sem TEA, foram expostos a imagens de diversas partes do corpo (mãos, pés, braços, pernas, rostos, etc.), corpos inteiros e objetos (cadeiras). A análise dos dados revelou que não houve diferenças significativas na resposta do LOTC a imagens de corpos inteiros entre os dois grupos. Além disso, as respostas a partes do corpo específicas também se mostraram semelhantes entre os participantes com TEA e aqueles com desenvolvimento típico.
Mais importante ainda, análises multivariadas demonstraram uma representação de partes do corpo organizada em três grupos distintos (membros, torsos e rostos) em ambos os grupos. Esses achados sugerem que adultos com TEA e aqueles com desenvolvimento típico exibem representações neurais comparáveis no LOTC para corpos inteiros e partes do corpo. Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente as nuances da percepção social no TEA, este estudo oferece insights valiosos sobre o processamento visual e a representação corporal em indivíduos com essa condição.
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