Risperidona no SUS: Impacto Financeiro Real vs. Estimativas em Tratamentos para o Autismo
Um estudo recente analisou o impacto financeiro do uso da risperidona no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa comparou os gastos reais com o medicamento entre 2017 e 2019 com as estimativas previamente elaboradas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC). O objetivo era verificar se as projeções iniciais correspondiam à demanda observada na prática.
A metodologia utilizada foi um estudo de caso com abordagem documental. Os pesquisadores coletaram dados sobre a dispensação de risperidona no SUS, separando os pacientes em dois grupos: crianças e adolescentes (0 a 17 anos) e adultos (18 anos ou mais). Esses dados foram obtidos através da plataforma Sala de Situação Aberta de Saúde, que reúne informações sobre o uso de medicamentos no sistema público de saúde. Em seguida, os valores gastos foram recalculados e comparados com as estimativas presentes nos relatórios de recomendação da CONITEC para o uso da risperidona no tratamento do TEA.
Os resultados revelaram uma diferença significativa entre o impacto financeiro estimado e o real. O estudo apurou que os gastos totais com risperidona para o TEA no período analisado foram de R$ 10.389.702,70 para crianças e adolescentes e R$ 15.075.767,80 para adultos. Em contraste, as estimativas da CONITEC apontavam para R$ 6.579.809,00 e R$ 9.877.790,18, respectivamente. Essa discrepância demonstra a importância de monitorar e reavaliar periodicamente o impacto orçamentário de medicamentos utilizados no SUS, garantindo uma alocação mais eficiente dos recursos públicos e um melhor planejamento das políticas de saúde.
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