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Uma pesquisa recente identificou variantes no gene BLOC1S1 como causadoras de uma forma complexa de leucodistrofia hipomielinizante, acompanhada de encefalopatia epiléptica. O estudo, publicado como um preprint, destaca a importância desse gene para o funcionamento adequado dos lisossomos e processos de autofagia nas células.

O BLOC1S1 codifica uma subunidade compartilhada pelos complexos hetero-octaméricos BLOC-1 e BORC, que desempenham um papel crucial na regulação de diversos processos endolisossomais. A pesquisa identificou sete variantes distintas no BLOC1S1 em onze indivíduos de sete famílias independentes. Esses indivíduos apresentavam atraso psicomotor precoce, hipotonia, espasticidade, encefalopatia epiléptica, atrofia óptica e leuco-axonopatia com hipomielinização. Além disso, alguns dos afetados mostravam sinais de hipopigmentação e albinismo ocular, embora em menor grau do que em pacientes com síndrome de Hermansky-Pudlak relacionada ao BLOC-1.

Análises funcionais revelaram que a inativação do BLOC1S1 (KO) compromete o transporte anterógrado de lisossomos e a autofagia tanto em células não neuronais quanto em neurônios derivados de células iPSC. Experimentos de resgate demonstraram que a maioria das variantes de BLOC1S1 exibe expressão reduzida, montagem diminuída com outras subunidades BORC/BLOC-1 e/ou restauração prejudicada do transporte lisossomal e da autofagia em células BLOC1S1-KO. Ademais, foi observado que o KO de BLOC1S1 diminui a pigmentação em uma linhagem de células melanocíticas, e que cinco das variantes de BLOC1S1 restauram parcial ou totalmente a pigmentação. Os resultados sugerem que a perda de função do BLOC1S1 leva a déficits mais pronunciados na função BORC do que na função BLOC-1, estabelecendo as BORCopatias como uma entidade distinta de doença, notavelmente uma desordem neurológica com leucodistrofia proeminente, similar à condição causada por variantes na subunidade BORCS8 do BORC.

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