Insuficiência Cardíaca Aguda: Fatores de Risco para Hospitalização Prolongada
A insuficiência cardíaca descompensada aguda (ICDA) é uma condição grave que frequentemente requer hospitalização. Um estudo recente, parte do projeto HEROES, investigou os fatores associados a um tempo de internação prolongado em pacientes com ICDA. A pesquisa buscou identificar características clínicas, laboratoriais e de tratamento que pudessem influenciar a duração da hospitalização, auxiliando na identificação de pacientes de alto risco.
O estudo analisou dados de 562 pacientes caucasianos hospitalizados com ICDA, dividindo-os em dois grupos: aqueles com permanência hospitalar de até 8 dias e aqueles com permanência superior a 8 dias. Os resultados revelaram que pacientes com internações mais longas apresentavam maior gravidade da insuficiência cardíaca, medida pela classe NYHA, além de uma carga maior de comorbidades. Observou-se também um tempo de permanência mais extenso na Unidade de Terapia Intensiva Cardíaca (UTIC) e uma taxa de mortalidade hospitalar mais elevada neste grupo. Adicionalmente, apresentavam níveis mais altos de NT-proBNP, procalcitonina e creatinina, e níveis mais baixos de hemoglobina, hematócrito e sódio.
A análise multivariada identificou que o tratamento com norepinefrina, dopamina e ferro oral foram preditores independentes de hospitalização prolongada. Por outro lado, escores mais elevados no questionário de qualidade de vida KCCQ-12, pressão arterial sistólica mais alta na admissão e o uso prévio de estatinas foram associados a um menor risco de internação prolongada. Esses achados sugerem que a identificação precoce de pacientes com fatores de risco para hospitalização prolongada pode auxiliar na otimização do tratamento e na alocação de recursos, resultando em uma melhor gestão da saúde desses indivíduos.
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