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Uma revisão sistemática e meta-análise investigou os impactos da violência interpessoal em pessoas com autismo, revelando associações significativas com a piora da saúde mental e dificuldades no desenvolvimento. O estudo considerou a interseccionalidade, examinando como fatores como gênero podem influenciar os resultados negativos da violência nesse grupo. A análise combinou dados de diversos estudos, incluindo métodos mistos e pesquisas revisadas por pares, focando em atos interpessoais prejudiciais, como violência física, sexual e psicológica.

Os resultados da meta-análise, que envolveu dados de 3.647 participantes autistas com idades entre 1 e 80 anos, demonstraram uma forte ligação entre a violência e o agravamento da saúde mental. Os sintomas internalizantes, como ansiedade e depressão, e os pensamentos e comportamentos suicidas apresentaram as associações mais significativas. Uma síntese narrativa de 57 estudos, incluindo 37.418 participantes (13.127 autistas e 24.291 não autistas), corroborou esses achados, indicando que a violência está associada a diversos resultados adversos na saúde, desenvolvimento e funcionalidade, desde a infância. Em comparação com controles não autistas, o grupo autista exposto à violência apresentou maiores dificuldades de saúde mental e comportamentais.

Além disso, o estudo destacou que mulheres e minorias de gênero com autismo relataram maiores dificuldades intra e interpessoais relacionadas à violência, com manifestações desde a primeira infância até a idade adulta. Esses achados reforçam a relevância das teorias de estresse minoritário e interseccionalidade na compreensão dos riscos enfrentados por pessoas autistas. Os resultados levantaram preocupações sobre a maior suscetibilidade ao abuso em indivíduos autistas, especialmente aqueles não pertencentes ao gênero masculino, e como podem ser condicionados a responder com desejabilidade social, adaptabilidade superficial e dissociação. A violência interpessoal, portanto, representa um fator de risco significativo para a saúde e bem-estar de pessoas com autismo. A conscientização e a prevenção são cruciais para mitigar esses impactos.

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