Funções Executivas e Compreensão Auditiva em Crianças com Autismo: Um Estudo Revelador
A capacidade de compreensão auditiva é fundamental para o desenvolvimento acadêmico e para a comunicação social, mas pode ser significativamente afetada em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Identificar as dificuldades cognitivas subjacentes e os mecanismos precisos que influenciam essa habilidade é crucial para o desenvolvimento de intervenções eficazes.
Um estudo recente investigou a relação entre as funções executivas – como memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva – e a capacidade de compreensão auditiva em crianças chinesas com TEA. A pesquisa comparou um grupo de crianças com TEA (N=35) a um grupo de crianças com desenvolvimento típico (N=40) da mesma faixa etária. Os resultados indicaram que o grupo com TEA apresentou um desempenho estatisticamente inferior nos testes de controle inibitório, flexibilidade cognitiva, memória auditiva e Quociente de Inteligência (QI) verbal.
Além disso, o estudo revelou que a influência das funções executivas na memória auditiva difere entre os grupos, sendo mediada pelo QI verbal. Em crianças com TEA, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva tiveram efeitos diretos na memória auditiva, sem influência significativa do QI verbal. Já nas crianças com desenvolvimento típico, essas funções executivas influenciaram a memória auditiva indiretamente, através do QI verbal. O controle inibitório, por sua vez, teve efeitos diretos e indiretos na memória auditiva em ambos os grupos. A flexibilidade cognitiva e o QI verbal foram preditores significativos da capacidade de compreensão auditiva em crianças com TEA. Esses achados sugerem que estratégias eficazes para melhorar a compreensão auditiva em crianças com TEA devem incluir treinamento das funções executivas e considerar as diferenças na dependência do QI verbal.
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