Saúde Desvendada

A hipertensão arterial essencial (HAE) e as alterações metabólicas frequentemente andam de mãos dadas, impactando a saúde geral. Uma pesquisa recente investigou o efeito da terapia manual física, especificamente o método desenvolvido por A.Yu. Shishonin, no metabolismo de pacientes com HAE. O estudo buscou entender como essa abordagem, que visa melhorar o fluxo sanguíneo e a função cerebral, pode influenciar o metabolismo geral do corpo.

O estudo envolveu 134 pacientes diagnosticados com HAE, divididos em dois grupos. O grupo principal recebeu terapia manual de Shishonin, focada na região cervical para restaurar o fluxo sanguíneo vertebral, seguida de exercícios físicos específicos. O grupo de controle não recebeu a terapia manual nem farmacoterapia. A análise de gases, medindo a taxa de troca respiratória (RER), foi utilizada como principal indicador metabólico. A RER reflete a proporção entre o dióxido de carbono produzido e o oxigênio consumido, indicando qual combustível (gordura ou glicose) o corpo está utilizando predominantemente.

Os resultados mostraram que, inicialmente, ambos os grupos apresentavam uma RER média de 0,77-0,78, indicando uma predominância do metabolismo de gorduras sobre o de carboidratos. No entanto, após a terapia manual, o grupo principal apresentou um aumento significativo na RER, chegando a 0,87. Esse aumento sugere uma mudança no metabolismo, com maior utilização de glicose em relação às gorduras. Considerando que o cérebro é um grande consumidor de glicose, os pesquisadores acreditam que essa alteração na RER pode refletir uma melhora na perfusão e no metabolismo cerebral, resultante da melhoria do fluxo sanguíneo proporcionada pela terapia manual. Este estudo sugere que a terapia manual de Shishonin pode ser uma abordagem promissora para melhorar o metabolismo cerebral e, consequentemente, auxiliar no tratamento da hipertensão arterial essencial. Mais pesquisas são necessárias para confirmar e expandir esses achados.

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