Autismo e Percepção da Dor: Desvendando a Conexão Autonômica
Indivíduos no espectro do autismo (TEA) frequentemente apresentam diferenças na maneira como processam estímulos sensoriais, incluindo a dor. Um estudo recente investigou a ligação entre a função autonômica, especificamente a atividade parassimpática medida pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC), e a percepção da dor em adultos autistas.
A pesquisa comparou 49 adultos com TEA nível 1 (necessitando de suporte) e 39 indivíduos neurotípicos, todos com QI acima de 80. Os participantes foram submetidos a testes de sensibilidade à dor e avaliações de VFC em repouso, durante a exposição a estímulos dolorosos controlados e na recuperação. Os resultados revelaram que o grupo TEA apresentava um menor tônus vagal em repouso, indicando uma menor atividade parassimpática. No entanto, ambos os grupos mostraram um aumento no tônus vagal durante a exposição à dor e na fase de recuperação.
Curiosamente, dentro do grupo TEA, uma maior atividade parassimpática em repouso estava associada a menores níveis de dor relatados em resposta aos estímulos. Isso sugere que a atividade parassimpática pode desempenhar um papel protetor na modulação da dor em adultos com autismo. Embora o estudo aponte para uma possível influência da função autonômica na experiência da dor em pessoas com TEA, os autores enfatizam que a percepção da dor é complexa e requer mais investigações para entender completamente essa relação. Estudos futuros poderão explorar como intervenções que visam melhorar a função autonômica podem afetar a percepção e o manejo da dor em indivíduos com autismo.
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