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A deficiência de vitamina A, embora mais comum em países de baixa renda, tem sido diagnosticada com crescente frequência em países desenvolvidos, muitas vezes associada a condições como distúrbios gastrointestinais, dietas restritivas e, principalmente, ao Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (ARFID). Este transtorno, notadamente prevalente em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pode levar a deficiências nutricionais severas, com consequências sistêmicas e oftalmológicas graves.

Um estudo recente acompanhou um grupo de pacientes pediátricos com TEA e ARFID que desenvolveram perda de visão progressiva devido a hiperostose do canal óptico e neuropatia óptica compressiva, ambas relacionadas à deficiência de vitamina A. A pesquisa, conduzida em um centro de atendimento terciário, identificou cinco crianças que apresentavam comprometimento visual bilateral ou unilateral, atrofia óptica e dietas extremamente restritas, baseadas em alimentos ricos em carboidratos e pobres em nutrientes essenciais. Investigações revelaram a deficiência de vitamina A, juntamente com outras carências nutricionais importantes.

Os resultados do estudo destacam a importância da identificação precoce e do manejo adequado das deficiências nutricionais relacionadas ao ARFID para prevenir complicações irreversíveis. Exames de imagem demonstraram espessamento difuso do crânio, estreitamento do canal óptico e compressão dos segmentos intracanaliculares do nervo óptico. A suplementação de vitamina A, embora essencial, não resultou na recuperação da visão na maioria dos casos, enfatizando o caráter irreversível da compressão prolongada do nervo óptico. Diante disso, fica evidente a necessidade de mais pesquisas para explorar estratégias de tratamento otimizadas, incluindo a avaliação do papel da descompressão do canal óptico nesses pacientes.

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