Tratamento Multimodal Pediátrico: O Papel da Farmacoterapia no Transtorno Neurológico Funcional
O transtorno neurológico funcional (TNF) em crianças exige uma abordagem terapêutica complexa e abrangente. Uma pesquisa recente investigou o papel da farmacoterapia como um componente adjunto essencial em um tratamento multimodal, que também inclui fisioterapia, psicoterapia, apoio escolar e envolvimento familiar. O estudo destaca a importância de abordar tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos do TNF para promover uma recuperação eficaz e duradoura.
A pesquisa envolveu a análise do uso de medicamentos em 158 crianças diagnosticadas com TNF, com idades variando entre 8 e 17 anos. Os resultados revelaram que uma grande porcentagem dessas crianças já estava em uso de alguma medicação no momento da admissão no programa de tratamento. Durante o período de internação, a equipe médica realizou ajustes nas doses, iniciou novas medicações ou descontinuou o uso de certos fármacos em uma parcela significativa dos pacientes. Ao receberem alta, a maioria das crianças continuou utilizando medicamentos como parte de seu plano de tratamento contínuo.
Os medicamentos utilizados no tratamento do TNF pediátrico visam diversos sintomas e condições coexistentes. Antidepressivos foram prescritos para tratar ansiedade e depressão, enquanto antipsicóticos foram utilizados para controlar a ansiedade extrema e agitação. A melatonina foi empregada para melhorar a qualidade do sono, e agonistas α e bloqueadores β foram administrados para regular o despertar, facilitar o sono e reduzir pesadelos relacionados a traumas. Além disso, suplementos de ferro e vitaminas foram utilizados para corrigir deficiências nutricionais, e medicamentos para problemas gastrointestinais e dores foram prescritos quando necessário. Em conclusão, a farmacoterapia desempenha um papel de suporte crucial no tratamento do TNF pediátrico, auxiliando na regulação do sistema de estresse, no ajuste do ciclo circadiano, no controle da dor e no tratamento de distúrbios associados, facilitando o engajamento da criança no processo terapêutico e seu retorno a um funcionamento saudável. Além disso, os efeitos placebo da farmacoterapia também podem contribuir positivamente para o tratamento.
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