Transplante de Microbiota e Autismo: Um Estudo Promissor
Pesquisadores investigaram a eficácia do transplante de microbiota lavado (TML) no tratamento de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O estudo retrospectivo analisou pacientes com TEA que receberam dois ciclos contínuos de TML, utilizando tanto doadores únicos quanto múltiplos, buscando determinar se a origem do material transplantado influenciava os resultados clínicos a curto prazo.
Os resultados indicaram que, após os dois ciclos de TML, houve uma melhora nos sintomas do TEA em ambos os grupos, independentemente de terem recebido o transplante de um único doador ou de múltiplos doadores. As avaliações foram realizadas através de escalas padronizadas que medem comportamentos atípicos, características do autismo e distúrbios do sono. Curiosamente, após o primeiro ciclo, foram observadas diferenças entre os grupos em relação ao comportamento atípico e distúrbios do sono, mas essa diferença desapareceu após o segundo ciclo de TML. Nenhum efeito adverso grave foi reportado.
Além da análise comportamental, o estudo também investigou a composição da microbiota fecal dos pacientes. Observou-se que a diversidade da flora fecal, medida pelo índice de Shannon, era maior no grupo que apresentou melhora com o tratamento. A análise da abundância de diferentes gêneros bacterianos revelou que Lactobacillus era predominante no grupo com resultados positivos, enquanto Faecalibacterium, Campylobacter e Sphingomonas eram mais abundantes no grupo com menor resposta ao tratamento. Esses achados sugerem que a composição da microbiota intestinal pode estar relacionada à eficácia do TML no tratamento de TEA, abrindo novas perspectivas para futuras pesquisas e intervenções terapêuticas focadas na modulação da microbiota.
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