Saúde Desvendada

A imitação vocal, também conhecida como comportamento ecoico, desempenha um papel crucial no desenvolvimento da linguagem funcional. No entanto, muitas pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam dificuldades em emitir esse tipo de comportamento. Um estudo recente buscou identificar as habilidades que podem predispor um indivíduo com TEA a desenvolver a imitação vocal, com o objetivo de otimizar as estratégias de intervenção.

A pesquisa envolveu a análise de prontuários de 118 pacientes com autismo que participaram de intervenção comportamental intensiva precoce. Os pesquisadores examinaram os escores do Nível 1 do Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement Program (VB-MAPP), buscando identificar quais habilidades estavam correlacionadas com o desenvolvimento da imitação vocal. Os resultados revelaram que a presença de um repertório de mands (pedidos ou solicitações), a ocorrência de vocalizações lúdicas e a capacidade de imitação motora foram preditores significativos do comportamento ecoico.

Pacientes que demonstravam a habilidade de fazer pedidos eram 3,5 vezes mais propensos a exibir também um repertório ecoico. Adicionalmente, a emissão de sons e vocalizações por diversão, bem como a capacidade de imitar movimentos, estavam associadas a uma maior facilidade em repetir sons e palavras. Esses achados sugerem que, ao fortalecer essas habilidades precursoras, os terapeutas e educadores podem aumentar as chances de sucesso no desenvolvimento da imitação vocal em crianças com autismo. Mais pesquisas são necessárias para confirmar a relação funcional entre esses preditores e o controle ecoico, mas o estudo oferece insights valiosos para aprimorar as intervenções terapêuticas e promover o desenvolvimento da linguagem em indivíduos com TEA.

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