Qualidade de Vida de Pais de Autistas: Um Estudo Detalhado e a Validação de um Questionário
Criar e educar uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta desafios únicos que podem afetar o bem-estar emocional dos pais. Um estudo recente, publicado na Frontiers in Psychiatry, teve como objetivo validar a adaptação polonesa do Questionário de Qualidade de Vida em Autismo (QoLA) e examinar os fatores que influenciam a qualidade de vida (QoL) entre pais de crianças com TEA.
A pesquisa envolveu 372 participantes, predominantemente mães, que responderam ao questionário QoLA, juntamente com outras ferramentas de avaliação, como o Inventário de Depressão de Beck e o WHOQOL-BREF. Os resultados revelaram alta confiabilidade para a escala QoLA-A, demonstrada por um forte alfa de Cronbach (0.93) e coeficientes ômega. A escala também confirmou um modelo de 8 fatores, alinhado com os domínios de QoL de Schalock, e mostrou fortes correlações com saúde psicológica, relacionamentos sociais e fatores ambientais, validando sua confiabilidade de critério e construto. Em contrapartida, o QoLA-B apresentou algumas limitações.
O estudo identificou importantes preditores da QoL parental, incluindo o estado de emprego, o bem-estar material e os sintomas depressivos. Curiosamente, comportamentos externalizantes nas crianças tiveram uma influência negativa significativa na qualidade de vida dos pais. Embora as dificuldades intelectuais e de comunicação nas crianças representem um desafio considerável, elas não se correlacionaram fortemente com a QoL parental. Esses achados destacam a necessidade de oferecer suporte socioeconômico e de saúde mental aos cuidadores, com ênfase em intervenções personalizadas que promovam o bem-estar parental, em vez de se concentrarem exclusivamente em terapias específicas para a criança. A validação abrangente ressalta a utilidade do QoLA-A e os fatores multifacetados que influenciam a QoL dos cuidadores.
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