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A ansiedade é um problema comum entre jovens autistas, muitas vezes não diagnosticado ou tratado adequadamente. Uma das razões para isso é a compreensão ainda limitada da cognição autística. Estudos recentes sugerem que diferenças na flexibilidade cognitiva (FC) podem influenciar o desenvolvimento e a manutenção de sintomas de ansiedade nesses jovens, quando comparados aos não autistas. A pesquisa busca entender melhor essa relação, visando aprimorar o tratamento da ansiedade.

Um estudo recente investigou a ligação entre flexibilidade cognitiva e ansiedade em crianças e adolescentes autistas. Participaram 40 crianças e adolescentes autistas, com idades entre 8 e 17 anos, juntamente com seus pais. A ansiedade foi avaliada por meio de questionários respondidos pelos pais e pelos próprios participantes. A flexibilidade cognitiva foi medida de duas maneiras: através de testes de desempenho em tarefas específicas e por meio de questionários que avaliavam a flexibilidade em situações do dia a dia. Os testes incluíram tarefas de alternância e fluência verbal, enquanto os questionários abordaram a capacidade de adaptação a mudanças e imprevistos.

Os resultados revelaram que a dificuldade em lidar com situações que exigem flexibilidade no mundo real está significativamente associada à ansiedade, tanto na percepção dos pais quanto dos próprios jovens. Curiosamente, o desempenho em testes de laboratório que avaliam a flexibilidade cognitiva não apresentou a mesma correlação com a ansiedade. Isso sugere que a capacidade de se adaptar a situações cotidianas pode ser mais relevante para o bem-estar emocional de jovens autistas do que a habilidade de realizar tarefas cognitivas específicas. Esses achados podem auxiliar no desenvolvimento de abordagens de avaliação e tratamento mais eficazes para a ansiedade nessa população, focando no desenvolvimento de estratégias para lidar com a falta de flexibilidade no dia a dia. É importante ressaltar que este estudo abre caminhos para novas pesquisas e intervenções terapêuticas. A compreensão das nuances da flexibilidade cognitiva é fundamental para promover a saúde mental de jovens autistas.

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