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A compreensão das expressões faciais é crucial para a comunicação social, e o desenvolvimento do processamento de rostos com emoções ocorre durante toda a infância. No entanto, os mecanismos neurais por trás desse processo em crianças pequenas permanecem pouco explorados, principalmente devido às dificuldades em realizar exames de neuroimagem nessa faixa etária. Uma nova tecnologia, a magnetoencefalografia (MEG) com magnetômetros bombeados opticamente (OPMs), surge como uma ferramenta promissora para investigar essas respostas cerebrais precocemente.

Um estudo recente investigou as respostas evocadas e a conectividade funcional em 45 crianças com idades entre 3 e 5 anos, enquanto realizavam uma tarefa de processamento de rostos com diferentes emoções. Para isso, utilizou-se a tecnologia OPM-MEG. Os pesquisadores analisaram o componente M170, um importante marcador do processamento de rostos, e a conectividade funcional de todo o cérebro, focando em oito regiões de interesse. Os resultados mostraram que as crianças exibiram uma resposta M170 robusta a rostos com emoções nos giros fusiformes bilaterais, áreas do cérebro importantes para o reconhecimento de faces e objetos. A amplitude máxima dessa resposta aumentou com a idade, sugerindo um amadurecimento progressivo dos circuitos neurais envolvidos.

Além disso, o estudo identificou uma rede significativa de conectividade aumentada após a apresentação de rostos com emoções. Essa rede envolveu conexões entre as amígdalas (relacionadas ao processamento emocional), ínsulas (envolvidas na consciência corporal e emoções), regiões occipitais (responsáveis pelo processamento visual) e regiões frontais (ligadas ao controle cognitivo e tomada de decisões). Essa descoberta fornece a primeira evidência de respostas M170 e conectividade em larga escala a rostos com emoções em crianças pequenas usando a tecnologia OPM-MEG. Os resultados destacam a viabilidade dos OPMs para a neuroimagem do desenvolvimento e oferecem informações valiosas sobre o amadurecimento dos circuitos neurais relacionados às emoções na primeira infância, abrindo caminhos para futuras pesquisas sobre o processamento facial em populações pediátricas com condições clínicas, como o autismo.

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