Artes Marciais e Agressividade: Um Estudo Revela a Influência do Treino e Fatores Sociodemográficos
A relação entre a prática de artes marciais e esportes de combate (AM&EC) e os níveis de agressividade sempre foi um tema de debate. Enquanto alguns estudos sugerem que o treinamento em AM&EC pode reduzir a agressividade, outros apontam para um aumento ou ausência de efeito. Para esclarecer essa inconsistência, uma pesquisa recente adotou uma abordagem inovadora, buscando identificar subgrupos distintos de praticantes de AM&EC com base em seus níveis de agressividade e fatores demográficos e esportivos associados.
O estudo, publicado na revista PLoS One, envolveu 367 participantes com idades entre 16 e 57 anos, incluindo atletas de Jiu-Jitsu Brasileiro (BJJ), Karatê Kyokushin (KK), Artes Marciais Mistas (MMA) e Luta Livre. Os participantes responderam a questionários sobre agressividade e forneceram informações demográficas. A análise identificou três grupos principais: Experts em AM&EC, Iniciantes em AM&EC e Não-Atletas. Os resultados mostraram que os Experts em AM&EC, caracterizados por mais tempo de treinamento, maior nível de educação e melhor situação econômica, apresentavam níveis de agressividade mais baixos em comparação com os Iniciantes. Curiosamente, os Iniciantes em AM&EC demonstraram maior agressividade física em relação aos Não-Atletas.
Esses achados sugerem que o treinamento prolongado em artes marciais pode estar associado à redução da agressividade, especialmente a hostilidade, agressão física e agressão verbal. Além disso, fatores como idade, gênero, educação e situação econômica desempenham um papel importante na distinção entre os diferentes grupos. A pesquisa destaca a complexidade da relação entre artes marciais e agressividade, enfatizando a influência de fatores socioculturais. Para treinadores e pesquisadores, controlar o tipo de arte marcial praticada e os fatores sociodemográficos dos atletas pode ser crucial para reduzir a agressividade no contexto esportivo. A pesquisa aponta para a necessidade de uma abordagem mais individualizada no treinamento, considerando as características específicas de cada praticante para promover um ambiente mais saudável e equilibrado.
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