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A catatonia, um distúrbio psicomotor complexo, manifesta-se por uma variedade de sinais clínicos, como mutismo, movimentos repetitivos (estereotipias), posturas incomuns e rigidez muscular. Embora frequentemente associada à encefalite anti-NMDAR, uma condição inflamatória do cérebro, a ocorrência de catatonia em casos de encefalite anti-AMPAR é considerada rara. A encefalite anti-AMPAR é uma doença autoimune neurológica grave, na qual o sistema imunológico ataca os receptores AMPA no cérebro, interferindo na comunicação entre os neurônios.

Um estudo de caso recente detalhou a apresentação incomum de uma paciente com encefalite anti-AMPAR que manifestou catatonia como sintoma predominante. A paciente, uma japonesa de 56 anos, apresentou um quadro de cefaleia e febre, evoluindo rapidamente para um estado de falta de resposta. Exames neurológicos revelaram sinais característicos de estupor catatônico. A análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) indicou inflamação, e a ressonância magnética cerebral revelou lesões em regiões específicas do cérebro. Apesar da ausência de anticorpos anti-NMDAR no LCR, testes revelaram alta reatividade com antígenos na superfície dos neurônios, sugerindo fortemente a presença de anticorpos anti-AMPAR. A confirmação diagnóstica veio com a detecção desses anticorpos tanto no LCR quanto no soro da paciente.

Este caso ressalta a importância de considerar a encefalite anti-AMPAR no diagnóstico diferencial de pacientes que apresentam catatonia, especialmente quando os sintomas típicos da encefalite anti-NMDAR estão ausentes ou os resultados da ressonância magnética não são conclusivos. O mecanismo exato pelo qual a encefalite anti-AMPAR leva à catatonia ainda não é totalmente compreendido, mas acredita-se que esteja relacionado à interrupção da neurotransmissão glutamatérgica no lobo frontal do cérebro. O tratamento com corticosteroides e imunoglobulinas intravenosas resultou em melhora gradual dos sintomas da paciente ao longo de dois meses. A identificação precoce e o tratamento adequado são cruciais para melhorar os resultados em pacientes com encefalite anti-AMPAR e catatonia.

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