Microbiota no Líquido Amniótico e Riscos em Bebês Prematuros: Uma Nova Perspectiva
Um estudo recente investigou a relação entre a composição da microbiota presente no líquido amniótico no momento do nascimento e os resultados de saúde, tanto agudos quanto de longo prazo, em bebês prematuros. A pesquisa, focada em partos com menos de 32 semanas de gestação, buscou identificar padrões bacterianos que pudessem estar associados a complicações graves da prematuridade.
Os pesquisadores analisaram amostras de líquido amniótico de 126 bebês prematuros, utilizando técnicas de metabarcoding do gene 16S rRNA para identificar e quantificar as diferentes espécies de bactérias presentes. Eles então correlacionaram esses dados com a ocorrência de condições como hemorragia intraventricular (HIV), infecção de início tardio (IOT), perfuração intestinal focal (PIF), enterocolite necrosante (ECN) e retinopatia da prematuridade (ROP), além do desenvolvimento cognitivo e motor aos dois anos de idade, avaliado pelos índices MDI e PDI.
Os resultados revelaram que, embora a diversidade geral e a composição da comunidade bacteriana não apresentassem diferenças significativas entre os grupos com diferentes resultados de saúde, variações em taxa bacteriana foram observadas para IOT e ROP, e prejuízos de longo prazo de MDI e PDI. Particularmente, o enriquecimento com o cluster Escherichia-Shigella foi associado a piores resultados agudos, enquanto a predominância de espécies de Ureaplasma e Enterococcus esteve ligada a resultados agudos e de longo prazo mais favoráveis. Esses achados sugerem que a microbiota presente no líquido amniótico pode influenciar o desenvolvimento e a saúde dos bebês prematuros, e que a identificação precoce desses padrões pode ajudar a prever e prevenir complicações.
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