Estudo SCALES: A Relação entre Linguagem, Cognição e Saúde Mental em Crianças
Um estudo abrangente, conhecido como Surrey Communication and Language in Education Study (SCALES), investigou a prevalência, persistência e impacto dos transtornos de linguagem no desenvolvimento de crianças. Utilizando critérios diagnósticos internacionais, a pesquisa buscou entender melhor a ligação entre dificuldades de linguagem, cognição e saúde mental.
O estudo acompanhou um grupo de 7.267 crianças de 4 a 5 anos que ingressaram em escolas públicas em Surrey, Inglaterra, entre 2011 e 2012. Os pesquisadores coletaram dados de triagem de professores sobre linguagem, comportamento e objetivos de aprendizagem precoce. Uma parte dessas crianças, com dificuldades de linguagem, passou por avaliações detalhadas ao longo dos anos, permitindo aos pesquisadores observar o impacto a longo prazo dessas dificuldades. Os dados coletados foram cruzados com o Banco de Dados Nacional de Alunos do Departamento de Educação do Reino Unido, fornecendo informações sobre necessidades educacionais especiais e progresso acadêmico.
Os resultados iniciais revelaram que os distúrbios de linguagem são mais comuns do que outras condições de neurodesenvolvimento, como o autismo, e são mais frequentes em áreas de desvantagem socioeconômica. A linguagem demonstrou ser um traço estável, e o status da linguagem no início da escolarização prevê o progresso educacional a longo prazo, a necessidade de apoio especializado, as habilidades cognitivas e o risco de problemas de saúde mental, influenciando o desenvolvimento social e emocional. O estudo SCALES planeja acompanhar esses participantes até 2025, quando concluírem a educação obrigatória, para analisar suas qualificações acadêmicas e destinos pós-ensino médio. Os dados do SCALES estão disponíveis para consulta pública, promovendo o avanço da pesquisa na área.
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