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A avaliação do autismo em indivíduos bilíngues apresenta desafios únicos. Um estudo recente investigou se a aplicação do Autism Diagnostic Observation Schedule, Second Edition (ADOS-2), em inglês ou espanhol, influencia na identificação e na gravidade dos sintomas em participantes bilíngues inglês-espanhol. A pesquisa buscou entender se a língua dominante do indivíduo impacta os resultados do ADOS-2, um instrumento amplamente utilizado para diagnosticar o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O estudo envolveu 94 participantes bilíngues, com idades variando de 1 ano e meio a 44 anos, provenientes de famílias de baixa renda. Todos já possuíam diagnósticos de autismo ou outras condições de neurodesenvolvimento ou saúde mental. Os pesquisadores analisaram se a aplicação do ADOS-2 em inglês ou espanhol resultava em diferentes níveis de sintomas de autismo e se essas diferenças estavam ligadas à língua mais utilizada pelos participantes. Além disso, foi investigado a frequência com que os participantes atingiam os pontos de corte para autismo no ADOS-2 em ambas as línguas.

Os resultados revelaram que, em média, o ADOS-2 produz pontuações de gravidade similares, independentemente de ser aplicado em inglês ou espanhol em indivíduos bilíngues. Surpreendentemente, a língua de administração do ADOS-2 não previu a gravidade dos sintomas, independentemente da porcentagem de uso ou exposição ao espanhol. Essa descoberta sugere que o ADOS-2 pode ser uma ferramenta confiável para avaliar o autismo em bilíngues, minimizando o viés linguístico. Contudo, os autores ressaltam que a língua é apenas um dos aspectos a serem considerados em uma avaliação culturalmente sensível, e que o contexto familiar e cultural do indivíduo deve ser levado em conta no processo diagnóstico.

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