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Estudos recentes têm demonstrado que a maneira como os olhos se movem durante a leitura pode ter um impacto significativo na qualidade da compreensão, especialmente em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma pesquisa publicada na revista Basic and Clinical Neuroscience em 2025 investigou os padrões de movimentos oculares em crianças com TEA de alto funcionamento em comparação com seus pares neurotípicos, buscando entender melhor essa relação.

A pesquisa se concentrou em dois indicadores cruciais para a leitura: o tempo de fixação ocular e os movimentos sacádicos (os saltos rápidos que os olhos fazem entre as palavras). Utilizando um dispositivo de rastreamento ocular, os pesquisadores compararam esses parâmetros em um grupo de 15 crianças autistas (idade média de 102,33 meses) e um grupo de 17 crianças neurotípicas (idade média de 101,69 meses) enquanto realizavam uma tarefa de leitura de frases. Os resultados revelaram diferenças notáveis entre os dois grupos.

As crianças com TEA apresentaram uma amplitude menor nos movimentos sacádicos durante a leitura, indicando que seus olhos percorriam distâncias menores entre as palavras. Além disso, elas realizaram um número maior de fixações oculares para ler as palavras nas frases, sugerindo uma necessidade de maior tempo de processamento visual. Consequentemente, o tempo total gasto para ler uma frase completa foi significativamente maior para as crianças com TEA. A conclusão do estudo aponta que processos sensório-motores de baixo nível, como a via visual dorsal e o cerebelo, que são responsáveis por gerar movimentos oculares precisos, podem influenciar consideravelmente a habilidade de leitura em crianças com TEA, impactando a qualidade da compreensão textual. Essa descoberta poderá abrir caminhos para intervenções mais direcionadas no suporte à leitura para crianças com autismo, focando em estratégias que melhorem a coordenação e eficiência dos movimentos oculares.

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