Catatonia Atípica em Adolescentes com Autismo: Desafios e Abordagens
A catatonia, uma síndrome neuropsiquiátrica que afeta o movimento, o comportamento e a cognição, pode se manifestar de forma atípica em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa apresentação incomum pode dificultar o diagnóstico e, consequentemente, atrasar o tratamento adequado. A prevalência de catatonia em pessoas com TEA varia entre 12% e 18%, o que destaca a importância de compreender essa comorbidade complexa.
Um dos desafios na identificação da catatonia em pacientes com TEA reside na sobreposição de alguns sintomas. Por exemplo, comportamentos repetitivos, uma característica central do autismo, podem ser confundidos com sintomas catatônicos, como estereotipias. Além disso, a comunicação atípica em indivíduos com TEA pode impedir a descrição precisa de suas experiências internas, o que dificulta ainda mais o diagnóstico diferencial. É crucial que os profissionais de saúde estejam cientes dessas nuances para evitar erros diagnósticos.
O tratamento da catatonia em indivíduos com TEA também apresenta desafios específicos. Estudos indicam que a resposta aos benzodiazepínicos, uma classe de medicamentos frequentemente utilizada no tratamento da catatonia, pode ser menos eficaz nessa população. Em alguns casos, outras abordagens terapêuticas, como antipsicóticos ou, em situações mais graves e refratárias, a eletroconvulsoterapia, podem ser consideradas. A individualização do tratamento, com monitoramento cuidadoso dos efeitos colaterais e da resposta clínica, é fundamental para otimizar os resultados e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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