Saúde Desvendada

Um estudo recente publicado na revista Haemophilia investigou o impacto da fisioterapia individualizada na saúde musculoesquelética e na qualidade de vida de pacientes com hemofilia A grave que desenvolveram inibidores do fator VIII. Essa complicação aumenta significativamente o risco de sangramentos e leva a altas taxas de morbidade, especialmente devido a danos articulares recorrentes. A pesquisa demonstra que um programa de fisioterapia de longo prazo, adaptado às necessidades de cada paciente, pode trazer benefícios notáveis.

O estudo acompanhou 25 adultos com hemofilia A grave e inibidores por um período de quatro anos. Durante esse tempo, os participantes receberam fisioterapia domiciliar personalizada, supervisionada por um especialista, e participaram de campos de reabilitação de cinco dias a cada seis meses. Além disso, foi administrado concentrado de complexo protrombínico ativado (aPCC) como profilaxia para prevenir sangramentos. A condição das articulações foi avaliada a cada dois anos usando o Hemophilia Joint Health Score (HJHS) e ressonância magnética (RM) das articulações mais afetadas. A qualidade de vida foi medida através de questionários EQ-5D.

Os resultados mostraram que a fisioterapia individualizada, combinada com a profilaxia com aPCC, promoveu uma melhora significativa na função articular, incluindo redução da dor e aumento da mobilidade, e na qualidade de vida dos pacientes. Apesar das alterações limitadas observadas nas ressonâncias magnéticas, possivelmente devido à artropatia preexistente, o HJHS demonstrou melhoras consideráveis. Além disso, os participantes relataram maior mobilidade, menos dor e mais independência, refletindo o impacto positivo da fisioterapia em sua rotina diária. Esses achados reforçam a importância da fisioterapia contínua e personalizada para pacientes com hemofilia A e inibidores, visando a manutenção da função articular e a promoção de uma vida mais ativa e com mais qualidade.

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