Como o Esforço Físico e Mental Afetam Nossa Percepção do Tempo
A percepção do tempo é uma função complexa, intrinsecamente ligada à nossa ação e percepção do mundo ao redor. Um estudo recente investigou como o esforço físico e cognitivo podem influenciar a maneira como experimentamos a passagem do tempo, expandindo o conhecimento sobre a interação entre corpo, mente e percepção temporal.
A pesquisa partiu da observação de que a duração de estímulos visuais parece se estender durante a corrida. Para entender a natureza desse fenômeno, os cientistas exploraram duas hipóteses: uma focada nas alterações fisiológicas decorrentes do exercício físico, como o aumento da frequência cardíaca e da temperatura corporal, e outra centrada nas mudanças cognitivas associadas ao controle motor. Para tanto, eles compararam a percepção do tempo em diferentes situações.
O estudo envolveu a comparação do viés temporal induzido pela corrida com o de outras duas condições que exigiam menor esforço físico, mas que demandavam recursos cognitivos significativos. Uma dessas condições envolvia caminhar de costas, uma tarefa que exige atenção e controle motor. A outra consistia em permanecer parado enquanto os participantes realizavam uma tarefa de memória visual que dividia seus recursos cognitivos. Os resultados mostraram que ambas as condições levaram a superestimativas temporais semelhantes às observadas durante a corrida. Isso sugere que a atividade física pode modular o processamento temporal através do esforço cognitivo necessário para executar e controlar rotinas motoras específicas. Essa descoberta é crucial para a comunidade científica que investiga a percepção do tempo em contextos sensório-motores, destacando a importância de considerar o papel potencial de fatores cognitivos relacionados à execução motora. Em resumo, a pesquisa aponta que não é apenas o cansaço físico, mas também o esforço mental para manter o controle do corpo que altera nossa percepção do tempo.
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