Autismo: Descobertas sobre o Desenvolvimento Cerebral em Camundongos com SHANK3
Um estudo recente investigou o desenvolvimento do córtex cingulado anterior (ACC) em camundongos com uma deleção no gene SHANK3, uma causa genética bem estabelecida de Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa focou em entender como as disfunções no ACC contribuem para os déficits cognitivos e sociais associados ao autismo.
Os pesquisadores observaram que, em camundongos com a deleção SHANK3, as interneurônios que expressam parvalbumina (PVINs) no ACC mostram excitabilidade reduzida já no 15º dia pós-natal. Essa hipoatividade precoce parece estar ligada à diminuição da inibição feedforward do tálamo mediodorsal e à redução das correntes ativadas por hiperpolarização (Ih), mediadas por canais HCN. Curiosamente, os neurônios piramidais (PYRs) exibem excitabilidade normal e entrada sináptica normal nessa fase, mas também mostram uma redução precoce nas correntes Ih, indicando uma disfunção inicial dos canais HCN em ambos os tipos de neurônios.
Ao atingirem a idade adulta, ambos os tipos de neurônios apresentam alterações significativas, incluindo redução da entrada sináptica glutamatérgica e alterações divergentes na excitabilidade. Esses achados revelam uma sequência distinta de disfunção precoce das PVINs, seguida por uma reorganização específica do circuito no ACC em camundongos com deleção SHANK3. A pesquisa sugere que a disfunção dos canais HCN e a inibição prejudicada mediada por PVINs podem ser características patogênicas precoces de distúrbios do neurodesenvolvimento relacionados ao SHANK3, abrindo caminhos para futuras investigações e possíveis intervenções terapêuticas no contexto do autismo.
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