Depressão Melancólica e Função Executiva: Um Estudo de Acompanhamento de 12 Meses
A depressão maior é frequentemente acompanhada por dificuldades na função executiva, que engloba habilidades como planejamento, memória de trabalho e tomada de decisões. Um estudo recente investigou o impacto a longo prazo de um subtipo específico de depressão, a depressão melancólica, nas funções cognitivas de pacientes adultos.
A pesquisa, com duração de 12 meses, analisou dados de pacientes com depressão maior, avaliando-os em três momentos: no início, após 6 meses e após 12 meses. A depressão melancólica foi identificada através de um algoritmo baseado em itens do Inventário de Sintomatologia Depressiva. A função executiva foi avaliada utilizando uma bateria de testes neuropsicológicos computadorizados. Os pesquisadores buscaram associações entre a depressão melancólica e diversos aspectos da função executiva, incluindo memória de trabalho, planejamento, inibição de respostas e tomada de decisões.
Os resultados indicaram que pacientes com depressão melancólica apresentaram pior desempenho na função executiva global, bem como no subdomínio da memória de trabalho. Além disso, idade avançada e sexo feminino também foram associados a um desempenho inferior. Esses achados sugerem que a depressão melancólica pode ser um fator de risco distinto para o declínio da função executiva a longo prazo em pacientes com depressão maior, independentemente de outros fatores demográficos e clínicos. A identificação precoce e o tratamento adequado da depressão melancólica podem ser cruciais para preservar a função cognitiva e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. É importante ressaltar a necessidade de mais pesquisas para confirmar esses achados e explorar as causas subjacentes dessa relação.
Origem: Link