Saúde Desvendada

A COVID-19, mesmo em casos leves ou assintomáticos, pode deixar sequelas a longo prazo em uma parcela significativa da população. Entre 10% e 20% dos indivíduos infectados relatam sintomas persistentes, incluindo déficits cognitivos. Identificar e monitorar essas alterações é crucial, especialmente em profissões que exigem alta performance cognitiva, como a de pilotos.

Um estudo recente investigou a eficácia de diferentes testes de rastreio para detectar disfunções cognitivas pós-COVID-19 em profissionais da área aeroespacial. Inicialmente, uma revisão sistemática identificou 13 ferramentas potencialmente úteis. Após uma avaliação mais aprofundada, cinco testes foram selecionados para um processo de avaliação Delphi com especialistas em medicina e psicologia da aviação: o Teste de Trilhas (Trail Making Test), o Teste de Modalidades de Dígitos e Símbolos (Symbol Digit Modalities Test), o Teste de Cores e Palavras de Stroop (Stroop Color Word Test), o Teste de Vigilância Psicomotora (Psychomotor Vigilance Test) e o Teste de Adição Seriada Auditiva Paced (Paced Auditory Serial Addition Test).

Os resultados apontaram o Teste de Trilhas e o Teste de Modalidades de Dígitos e Símbolos como os mais promissores para uma triagem rápida e eficaz. Esses testes são objetivos, de fácil aplicação e avaliam habilidades cognitivas essenciais para o desempenho de pilotos. A detecção precoce de problemas cognitivos relacionados à COVID-19 permite a implementação de medidas preventivas e de reabilitação, garantindo a segurança e a eficiência no setor aéreo. É importante ressaltar que a capacidade desses testes de detectar de forma confiável os impactos neurocognitivos associados à COVID-19 deve ser confirmada por meio de estudos adicionais.

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