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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa do neurodesenvolvimento, caracterizada por dificuldades na comunicação social e comportamentos repetitivos e restritos. Pesquisas recentes têm apontado para a disfunção da barreira hematoencefálica (BHE) induzida por neuroinflamação como um mecanismo patogênico chave no TEA. A BHE, essencial para proteger o cérebro de substâncias nocivas presentes no sangue, parece estar comprometida em indivíduos com TEA, abrindo portas para novas abordagens terapêuticas.

Um estudo inovador, publicado na revista Translational Psychiatry, investigou os genes críticos que ligam a função da BHE e a ativação neuroinflamatória, visando identificar alvos terapêuticos potenciais. Através de uma análise integrativa que combinou o perfil de expressão gênica diferencial com algoritmos de aprendizado de máquina, os pesquisadores identificaram quatro genes centrais, com o JUN emergindo como um regulador fundamental. O JUN demonstrou fortes associações com a integridade da BHE e a ativação microglial na patogênese do TEA. Em modelos animais, observou-se uma diminuição significativa das proteínas de junção oclusiva ZO-1 e ocludina no córtex, confirmando o comprometimento da BHE.

A análise bioinformática revelou uma estreita correlação entre o JUN e a sinalização IL-6/MMP-9 na ativação microglial associada ao TEA. Esses achados foram validados in vivo, demonstrando uma expressão elevada de IL-6 e MMP-9 em camundongos com TEA. A intervenção farmacológica com um inibidor de JNK ventricular reduziu efetivamente a expressão de JUN e MMP-9. Estudos in vitro, utilizando células microgliais BV-2 estimuladas com IL-6, replicaram esses resultados, mostrando a supressão mediada pelo inibidor de JNK da regulação positiva de JUN e MMP-9. Esses resultados identificam coletivamente a via IL-6/JUN/MMP-9 como um mediador específico da disfunção da barreira hematoencefálica no TEA, representando um alvo promissor para intervenções terapêuticas personalizadas. A pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de novas estratégias para modular a resposta inflamatória no cérebro e restaurar a integridade da BHE, potencialmente aliviando os sintomas do TEA.

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