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A síndrome da duplicação 15q (dup15q) é reconhecida como uma das principais causas genéticas do transtorno do espectro autista (TEA), oferecendo um modelo crucial para aprofundar a compreensão dos mecanismos relacionados ao autismo. Um estudo recente investigou as alterações moleculares associadas à síndrome dup15q, tanto durante o desenvolvimento fetal quanto após o nascimento, utilizando análises de RNA em nível de célula individual e de núcleo único.

A pesquisa, que analisou organoides cerebrais derivados de células iPSCs de pacientes com dup15q, além de amostras de tecido cerebral post-mortem, identificou um aumento na glicólise e uma expressão desregulada de marcadores específicos de camadas corticais. Adicionalmente, observou-se uma morfologia aberrante em neurônios das camadas profundas durante o desenvolvimento dos organoides. Em cérebros post-mortem de adolescentes e adultos, os neurônios das camadas superiores apresentaram uma carga transcricional elevada relacionada à sinalização sináptica, um padrão também observado no autismo idiopático. A utilização de transcriptômica espacial confirmou essas disrupções específicas de tipos celulares no tecido cerebral.

Através da análise de redes de coexpressão gênica, os pesquisadores identificaram módulos associados à doença que se mostraram bem preservados entre as amostras post-mortem e os organoides. Esses resultados sugerem uma desregulação metabólica que pode levar a alterações na projeção neuronal, disfunção sináptica e hiperexcitabilidade neuronal na síndrome dup15q. A identificação dessas mudanças moleculares fornece um conhecimento valioso sobre a patogênese da síndrome dup15q e pode abrir caminho para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas focadas em corrigir essas alterações em indivíduos afetados.

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