Epigenética e Doenças Crônicas: A Influência do Ambiente no Desenvolvimento
A epigenética, o estudo de como os seus comportamentos e o ambiente podem causar alterações que afetam a forma como seus genes funcionam, tem ganhado destaque na compreensão de diversas doenças crônicas. Pesquisas recentes apontam para a importância da exposição embrionária a certos fatores ambientais e sua ligação com a suscetibilidade a doenças na vida adulta.
Um dos mecanismos epigenéticos importantes é a expressão de genes com epialelos metastáveis. Estes genes apresentam variações significativas na expressão entre indivíduos, mas essa expressão é uniforme dentro dos tecidos de um mesmo indivíduo. Estudos com o modelo animal de camundongos Agouti viable yellow (Avy) demonstraram que a exposição a suplementos nutricionais, substâncias tóxicas e baixas doses de radiação ionizante durante o desenvolvimento embrionário pode alterar a suscetibilidade a doenças na vida adulta, modificando o epigenoma. Isso demonstra como fatores ambientais podem ter um impacto duradouro na saúde.
Outro mecanismo crucial é o imprinting genômico, um tipo único de regulação genética que resulta no silenciamento de um dos alelos de um gene, dependendo da sua origem parental. Genes sujeitos a imprinting são, portanto, locais de suscetibilidade a doenças funcionalmente haplóides, necessitando apenas de um evento genético ou epigenético para alterar sua função. A expressão destes genes no genoma humano é regulada por regiões de controle de imprinting (ICRs) que, quando associadas a doenças crônicas como câncer, diabetes, obesidade e distúrbios comportamentais, como autismo e esquizofrenia, podem ser identificadas através de amostras periféricas e arrays específicos. A compreensão do papel dos epialelos metastáveis e dos genes com imprinting é fundamental para elucidar a etiologia das doenças crônicas induzidas pelo ambiente.
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