A pandemia da COVID-19 escancarou as feridas sociais do Brasil, atingindo em cheio a juventude, especialmente aqueles que já viviam em situação de vulnerabilidade. Desemprego, instabilidade na educação e dificuldades no acesso a direitos básicos se tornaram ainda mais urgentes. Mas, em meio ao caos, uma faísca de esperança surgiu: a solidariedade. Jovens de comunidades carentes se uniram para criar redes de apoio e reinventar um futuro possível, mostrando que a união faz a força e que a terapia ocupacional social pode ser um motor de transformação.
**A Pandemia: Um Desafio Amplificado**
A crise sanitária não foi apenas uma questão de saúde pública. Ela expôs a fragilidade do sistema de proteção social brasileiro, com o aumento do desemprego, a queda no poder de compra e a dificuldade de acesso à moradia e serviços essenciais. Um período marcado, como apontam alguns especialistas, por uma “necropolítica”, onde a decisão sobre quem vive e quem morre se tornou ainda mais evidente.
No entanto, foi justamente nesses lugares, nas favelas e periferias, que a resistência floresceu. Ações de solidariedade, impulsionadas por movimentos sociais, supriram, em grande parte, a ausência do Estado, garantindo o mínimo para a sobrevivência da população.
**Jovens Solidários: Um Exemplo de Empoderamento**
Em João Pessoa, Paraíba, um projeto chamado “Jovens Solidários” se destacou. Nascido da iniciativa dos próprios jovens de uma associação comunitária, o projeto mobilizou uma rede de apoio que envolveu diversos parceiros e movimentos sociais, ampliando o alcance das ações.
Com o apoio do Laboratório Metuia/UFPB, através de ações de terapia ocupacional social, esses jovens se organizaram para atender às necessidades emergenciais da comunidade durante a pandemia. O projeto “Timbó em Movimento”, já existente, serviu como base para essa mobilização, utilizando os princípios da terapia ocupacional social para fortalecer a cidadania e a ação coletiva.
**Terapia Ocupacional Social: Mais do que Ações, uma Filosofia**
A terapia ocupacional social, nesse contexto, se mostrou essencial. Ela conecta cidadania, direitos humanos e sociais, atuando em grupos e territórios marcados pela vulnerabilidade. O objetivo é estimular a participação ativa dos sujeitos na construção e manutenção de seus direitos, no enfrentamento das desigualdades.
O projeto em João Pessoa, por exemplo, envolveu encontros semanais, mesmo que virtuais, com jovens da comunidade, estudantes e professores universitários. Nesses encontros, temas como direitos sociais, cidadania e desenvolvimento pessoal eram discutidos, fortalecendo a capacidade dos jovens de enfrentar a realidade.
**Construindo um Futuro Viável: A Força da Solidariedade**
A experiência dos “Jovens Solidários” demonstra que, mesmo em cenários de opressão e violência, é possível construir um futuro diferente. A solidariedade se torna um motor de transformação social, um caminho para reinventar o presente e o futuro.
A pandemia pode ter escancarado as desigualdades, mas também revelou a força da união e da solidariedade. Ações como a dos “Jovens Solidários” nos mostram que, com criatividade, engajamento e o apoio da terapia ocupacional social, é possível construir um futuro mais justo e igualitário para todos. Que este exemplo inspire outras comunidades e projetos a trilhar o caminho da solidariedade e da transformação social.
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**Categorias:** Saúde Mental, Desenvolvimento Social, Juventude, Terapia Ocupacional, Ações Comunitárias