A integração de tecnologia vestível no monitoramento da saúde mental tem ganhado destaque, especialmente com inovações como o biocueing. Essa técnica oferece aos pacientes feedback em tempo real sobre as mudanças em seus dados fisiológicos, como frequência cardíaca, variabilidade da frequência cardíaca e condutância da pele. Essa abordagem tem demonstrado potencial no tratamento de pacientes com transtorno de personalidade borderline, que frequentemente relatam altos níveis de estresse e dificuldades na regulação emocional.
Embora o biocueing e outras tecnologias de monitoramento ofereçam novas perspectivas, ainda não existe um consenso sobre como incorporá-las efetivamente nos tratamentos existentes para transtornos de personalidade. Uma análise recente investigou como as terapias baseadas em evidências, como a Terapia Focada na Transferência, a Terapia Baseada na Mentalização, a Terapia do Esquema e a Terapia Comportamental Dialética, abordam a integração de dados fisiológicos. Surpreendentemente, a Terapia Comportamental Dialética se destaca por incorporar um quadro teórico que considera a fisiologia e intervém ativamente com base nesses dados. As demais terapias tendem a negligenciar a importância da fisiologia no tratamento.
Outras abordagens promissoras incluem as Terapias Criativas e Psicomotoras e a Teoria Polivagal, que focam diretamente nas sensações corporais e na fisiologia. O futuro da integração da tecnologia vestível no tratamento de transtornos de personalidade pode seguir diferentes caminhos: desde o abandono dos dados fisiológicos, passando pela manutenção da interação humana no processo, até o uso de intervenções de biocueing com aprendizado de máquina ou a utilização de dispositivos de biomonitoramento para a saúde mental a longo prazo. A pesquisa contínua nessa área é crucial para determinar a melhor forma de aproveitar o potencial dos wearables para melhorar a saúde mental e o bem-estar dos pacientes.
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