A prática de exercícios físicos é amplamente reconhecida por seus benefícios à saúde cardiovascular. No entanto, para indivíduos com cardiomiopatias hereditárias, a atividade física pode gerar preocupações devido ao risco de arritmias e progressão da doença. Ao mesmo tempo, a inatividade física na população em geral pode levar a problemas cardiometabólicos e aumentar o risco de insuficiência cardíaca. A questão central é: como encontrar o ponto ideal para que esses pacientes se beneficiem do exercício sem comprometer sua saúde?
Nesse contexto, definir níveis ideais de participação em exercícios não é uma tarefa simples, e recomendações genéricas são pouco eficazes. O impacto do exercício na função miocárdica e no surgimento de arritmias em pacientes com cardiomiopatias hereditárias depende de uma série de fatores. Entre eles, destacam-se a frequência, a intensidade e a duração do exercício, o tipo específico de cardiomiopatia, a predisposição genética subjacente e outras características individuais de cada paciente. É crucial considerar essa individualidade para um plano de exercícios seguro e eficaz.
Estudos em humanos e modelos animais têm fornecido informações valiosas sobre o impacto do exercício em diferentes tipos de cardiomiopatias, como a hipertrófica, a arritmogênica e a dilatada. Embora o conhecimento sobre os fatores de risco específicos para cada doença e genótipo ainda seja limitado, evidências emergentes sugerem que níveis moderados a altos de exercício podem ser seguros e benéficos para muitos pacientes. A chave está em identificar aqueles com características de alto risco que precisam de restrições mais rigorosas. Aproveitar o potencial cardioprotetor do exercício representa uma grande promessa para o desenvolvimento de estratégias personalizadas de tratamento e prevenção de cardiomiopatias.
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