Endometriose: Atividade Muscular do Assoalho Pélvico e Dor Pélvica – O Que a Ciência Revela
A endometriose, uma condição que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, frequentemente está associada à dor pélvica crônica, incluindo a dispareunia (dor durante a relação sexual). Uma nova pesquisa investigou a relação entre a atividade dos músculos do assoalho pélvico (MAP) em repouso e a dor pélvica e genital, bem como a dispareunia, em mulheres com endometriose. Contrariando algumas hipóteses, o estudo traz insights importantes sobre a complexa interação entre a função muscular e a experiência da dor nessas pacientes.
O estudo transversal, publicado no International Urogynecology Journal, envolveu 80 mulheres diagnosticadas com endometriose e queixas de dor pélvica e genital. Os pesquisadores coletaram dados através de questionários eletrônicos, avaliando informações sobre a dor, sua localização e a presença de dispareunia. A atividade dos MAP em repouso foi medida utilizando eletromiografia, que registra a atividade elétrica dos músculos, antes e entre as contrações voluntárias máximas dos MAP.
Os resultados revelaram que não houve associação significativa entre a atividade dos MAP em repouso e a intensidade da dor pélvica e genital, ou com a localização e preocupações relacionadas à dispareunia. Surpreendentemente, o estudo observou uma associação positiva entre a atividade dos MAP em repouso e a ativação desses músculos durante as tentativas de contrações voluntárias máximas. Isso sugere que, ao contrário da crença comum, uma maior atividade dos MAP em repouso pode não limitar a capacidade de contração desses músculos em mulheres com endometriose. Esses achados desafiam algumas das suposições existentes sobre a relação entre a tensão muscular, a dor e a função do assoalho pélvico em mulheres com endometriose, abrindo caminho para novas abordagens de tratamento e reabilitação focadas na individualidade de cada paciente.
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