Doenças cardiovasculares representam uma das principais causas de mortalidade não relacionada ao câncer em pacientes oncológicos. Um fator de risco importante é a disfunção autonômica cardíaca, que se mostra um forte indicativo de futuros problemas cardiovasculares. Embora o papel dessa disfunção como um marcador prognóstico já esteja bem estabelecido em indivíduos saudáveis e em outras condições crônicas, sua relevância em pacientes com câncer ainda não foi totalmente explorada.
Um estudo recente investigou o potencial do exercício físico como uma intervenção não farmacológica para modular positivamente o sistema nervoso autônomo em pacientes com câncer. A pesquisa analisou métodos de avaliação da disfunção autonômica cardíaca, os fatores que contribuem para sua desregulação e o papel prognóstico da variabilidade da frequência cardíaca. Além disso, foram analisadas evidências atuais sobre a eficácia de diversas modalidades de exercício físico, incluindo treinamento aeróbico, treinamento de resistência e intervenções mente-corpo, na modulação da função autonômica.
Os resultados indicam que pacientes com câncer estão expostos a fatores relacionados à doença, ao estilo de vida e a fatores fisiológicos que prejudicam a regulação autonômica. Essa disfunção está associada a piores resultados, como aumento da mortalidade e progressão da doença. No entanto, evidências preliminares sugerem que o exercício físico, particularmente uma combinação de treinamento aeróbico e de resistência, bem como a prática de yoga, pode melhorar a variabilidade da frequência cardíaca e mitigar o desequilíbrio simpato-vagal nesses pacientes. Embora a pesquisa sobre os efeitos do exercício físico na modulação autonômica em pacientes com câncer ainda seja limitada, os primeiros resultados são promissores, abrindo caminho para novas áreas de investigação e estratégias de tratamento complementar.
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