Um estudo recente investigou a relação entre o esforço mental e a função motora, especialmente em idosos. A pesquisa buscou determinar se a fadiga mental induzida por tarefas cognitivas impacta de forma diferente a força de preensão manual em adultos mais velhos em comparação com os mais jovens. A força de preensão manual é uma medida da força muscular nas mãos e antebraços, frequentemente utilizada para avaliar a saúde e funcionalidade física.
O estudo envolveu dois grupos: adultos jovens (em média 33 anos) e idosos (em média 69 anos), todos sem histórico de doenças neurológicas ou fadiga crônica. Os participantes realizaram testes de força de preensão, tanto em condições normais quanto após serem submetidos a tarefas que induziam fadiga mental. Um dos testes utilizados foi o ‘multi-finger force deficit’ (MFFD), que avalia o grau de inativação neural durante um teste de força de preensão. A análise dos resultados revelou que os idosos apresentaram uma redução de aproximadamente 18% na força de preensão após o esforço mental, um valor significativamente maior do que o observado nos adultos jovens. Além disso, a ativação neural indireta, avaliada pelo MFFD, também diminuiu em cerca de 22% nos idosos durante o esforço mental, também superior à redução observada no grupo mais jovem.
Essas descobertas sugerem que o esforço mental e a fadiga resultante podem levar a uma diminuição na força de preensão e a um aumento nas deficiências na ativação neural em idosos. Curiosamente, nenhum efeito significativo foi observado no desempenho neuromuscular de jovens adultos. Isso implica que os mecanismos neurais desempenham um papel crucial na regulação da força de preensão, e que a contribuição relativa dos mecanismos neurais e musculares para a força de preensão pode variar dependendo do estado físico e cognitivo, especialmente em idosos. Compreender essa interação entre cognição e função motora é fundamental para desenvolver estratégias de intervenção que visem manter a independência e a qualidade de vida na população idosa, considerando que a diminuição da força muscular pode impactar atividades cotidianas e aumentar o risco de quedas e lesões.
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