O diagnóstico de autismo é frequentemente mais comum em homens do que em mulheres, levantando questões sobre possíveis vieses de gênero nas ferramentas de avaliação e na compreensão do transtorno. Um estudo recente, conduzido em Hong Kong, explorou as perspectivas de mulheres autistas em relação ao Autism Spectrum Quotient (AQ), um questionário amplamente utilizado para auxiliar na identificação do autismo.
A pesquisa, que envolveu entrevistas com 13 mulheres autistas, revelou que muitas participantes questionaram a relevância das perguntas do AQ para suas experiências individuais. Elas sentiram que o questionário retratava uma visão estereotipada do autismo, que não capturava a diversidade de manifestações do transtorno em mulheres. Além disso, as participantes destacaram como as expectativas da sociedade neurotípica e a necessidade de se adaptar a elas impactaram suas respostas e sua percepção sobre si mesmas.
As mulheres entrevistadas relataram que muitas vezes se sentiam compelidas a ajustar seus comportamentos ou até mesmo a esconder traços autísticos para se encaixarem nas normas sociais. Essa pressão para se conformar pode levar a um mascaramento do autismo, dificultando o diagnóstico e o acesso a suporte adequado. O estudo enfatiza a importância de aprimorar as ferramentas de avaliação do autismo para que reflitam melhor as nuances de gênero e as diferenças culturais, garantindo que as necessidades de todas as pessoas autistas sejam reconhecidas e atendidas de forma significativa.
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