Um estudo recente investigou a relação entre o nascimento prematuro e a ocorrência de epilepsia focal em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa, publicada no Journal of Child Neurology, revelou que bebês nascidos extremamente ou muito prematuros (antes de 32 semanas de gestação) apresentam maior probabilidade de desenvolver atividade epiléptica focal quando também diagnosticados com TEA.
A combinação de TEA e epilepsia (TEA+EPI) é relativamente comum, sugerindo que ambas as condições podem compartilhar mecanismos biológicos subjacentes. No entanto, as manifestações da epilepsia em indivíduos com TEA são bastante variadas. O estudo em questão focou no impacto do nascimento prematuro, um fator de risco conhecido tanto para TEA quanto para epilepsia, na expressão da epilepsia em crianças com TEA+EPI. Os pesquisadores analisaram dados de eletroencefalogramas (EEGs) de mais de 200 pacientes com TEA+EPI, prestando atenção à lateralização e localização da atividade epiléptica em diferentes momentos.
Os resultados indicaram que crianças nascidas antes de 32 semanas de gestação exibiram uma incidência maior de atividade focal interictal (atividade epiléptica entre as crises) em comparação com aquelas nascidas após esse período. Não foram encontradas diferenças significativas na categorização das crises ou da atividade interictal entre crianças nascidas moderadamente ou tardiamente prematuras e aquelas nascidas a termo. Essa descoberta sugere que o desenvolvimento cerebral atípico associado ao nascimento extremamente prematuro pode predispor indivíduos com TEA+EPI à atividade epiléptica focal, possivelmente devido a alterações na formação da substância branca do cérebro. Este estudo destaca a importância de considerar o histórico de nascimento prematuro ao avaliar e tratar a epilepsia em crianças com autismo.
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