A calcificação patológica, uma complicação conhecida em dispositivos médicos implantados cirurgicamente, pode aumentar o risco de infecção. Embora relativamente comum em dispositivos cardíacos, sua ocorrência em bombas de dor intratecal (BDI) e estimuladores da medula espinhal (EME) é considerada rara. Um recente estudo de caso lança luz sobre essa complicação menos frequente, destacando seus possíveis impactos na administração de medicamentos e neuromodulação.
O estudo relata o caso de um homem de 58 anos, saudável, com histórico de fusão L4-S1 decorrente de um acidente de moto, complicada por síndrome pós-laminectomia. Em fevereiro de 2023, o paciente precisou substituir sua bomba de dor intratecal (BDI) e o estimulador da medula espinhal (EME), pois ambos haviam chegado ao fim de sua vida útil. Durante o procedimento de substituição, os cirurgiões notaram um fluido leitoso e extensas calcificações ao redor da bolsa da BDI e do cateter, além de uma pequena quantidade em torno do gerador de pulsos implantável do EME. A presença dessa calcificação inesperada levantou questões sobre seu impacto na eficácia do tratamento da dor do paciente.
Este caso serve como um alerta para os profissionais de saúde sobre a possibilidade de calcificação patológica em torno de bombas de dor intratecal. Embora rara, essa complicação pode afetar a administração adequada da medicação intratecal e a eficácia da neuromodulação. O reconhecimento precoce e o gerenciamento adequado são cruciais para otimizar os resultados dos pacientes que dependem desses dispositivos para o controle da dor. Investigações futuras são necessárias para entender melhor os fatores de risco e os mecanismos subjacentes à calcificação em dispositivos de BDI, permitindo o desenvolvimento de estratégias preventivas e de tratamento mais eficazes.
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