Um estudo recente investigou o potencial do bumetanida, um diurético, no tratamento de crianças com autismo. A pesquisa, publicada na Acta Paediatrica, explorou os efeitos do medicamento em um pequeno grupo de participantes, buscando evidências de melhora nos sintomas associados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O bumetanida atua influenciando a homeostase do cloreto neuronal, o que pode ajudar a restaurar a inibição GABAérgica e o equilíbrio da sinalização neuronal. Essa ação pode ser relevante para o autismo, já que desequilíbrios nesses sistemas neuronais têm sido associados a alguns dos sintomas característicos do TEA. O estudo randomizado, com um grupo de controle em lista de espera, envolveu 15 crianças com idades entre 4 e 12 anos, com diferentes níveis de comprometimento intelectual e comorbidades como o TDAH.
Os resultados indicaram que, embora dois participantes tenham sido excluídos devido a problemas comportamentais emergentes e outros quatro tenham interrompido o tratamento, alguns dos que permaneceram no estudo apresentaram melhoras clínicas significativas, conforme relatado pelos pais. Especificamente, 4 das 9 crianças que completaram o estudo demonstraram progressos notáveis, levando seus pais a optarem pela continuidade do tratamento com bumetanida após o término da pesquisa. Embora o estudo seja pequeno, os resultados sugerem que o bumetanida pode ter efeitos benéficos para alguns indivíduos com autismo, justificando pesquisas adicionais com amostras maiores e controles mais rigorosos para confirmar esses achados iniciais e entender melhor quais subgrupos de indivíduos com TEA podem se beneficiar mais com esse tratamento.
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