No século XIX, a compreensão e o tratamento da epilepsia eram profundamente influenciados por crenças morais e sociais da época. A neurologia ainda estava em seus estágios iniciais como especialidade médica, e as causas das convulsões eram frequentemente atribuídas a fatores comportamentais e morais, muitas vezes sem base científica sólida.
Estudos da literatura médica da época revelam que a epilepsia era associada a uma variedade de comportamentos considerados inadequados ou imorais. Por exemplo, a má criação dos filhos era apontada como uma causa, assim como a hereditariedade de traços considerados indesejáveis. A temperança era vista como uma virtude protetora, enquanto a gula era associada a crises epilépticas. Comportamentos sexuais considerados impróprios, como a masturbação, também eram considerados fatores de risco.
Além disso, as mulheres eram tidas como mais suscetíveis à epilepsia devido a sua suposta predisposição emocional e comportamental. Essas interpretações refletiam as normas sociais e os preconceitos da época, que influenciavam a forma como as doenças neurológicas eram compreendidas e tratadas. A história da epilepsia no século XIX oferece um fascinante olhar sobre a interação entre a ciência neurológica e os valores morais de uma sociedade, demonstrando como as crenças culturais podem moldar a percepção e o tratamento das doenças.
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