Pesquisadores investigam a crescente ligação entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e disfunções metabólicas sistêmicas. A hipótese é que a desregulação do eixo intestino-cérebro desempenhe um papel crucial, embora os mecanismos exatos permaneçam obscuros. Um estudo recente propõe uma nova abordagem para entender essa complexa relação, com foco na supressão do transporte de vitaminas e na reprogramação metabólica induzidas por lipopolissacarídeos (LPS).
A pesquisa utilizou uma estrutura computacional de biologia de sistemas, chamada Personalized Metabolic Margin Mapping (PM³), para analisar dados de RNA-seq de amostras cerebrais post-mortem de indivíduos com TEA e controles. O modelo focou em um conjunto de 158 genes metabólicos, selecionados por seu envolvimento no equilíbrio redox, função mitocondrial, neurodesenvolvimento e interações intestino-cérebro. Os resultados revelaram uma diminuição consistente da expressão de genes relacionados à glicólise e enzimas mitocondriais em cérebros de indivíduos com TEA.
Além disso, o estudo identificou uma supressão coordenada de transportadores de multivitaminas, o que pode limitar a disponibilidade de cofatores essenciais e agravar os déficits de energia no cérebro autista. Os pesquisadores propõem que a exposição crônica a LPS, proveniente de bactérias no intestino, pode ser um fator desencadeante dessa supressão do transporte de vitaminas, levando à disfunção mitocondrial e à reprogramação transcriptômica. A validação dessa hipótese em sistemas expostos a LPS, utilizando análises transcriptômicas e metabolômicas integradas, é um próximo passo importante para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para o TEA.
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