Um estudo recente analisou a utilização de leitos psiquiátricos na Inglaterra ao longo de 11 anos, com foco em pessoas com deficiência intelectual e/ou autismo. A pesquisa, que utilizou dados do Serviço Nacional de Saúde Mental Inglês, buscou entender os fatores que influenciam as admissões e altas hospitalares desse grupo. Os resultados revelaram que, apesar dos esforços para reduzir o número de internações, o fechamento planejado de leitos psiquiátricos não obteve sucesso.
A análise dos dados indicou que períodos de maior utilização de leitos psiquiátricos estavam associados a um aumento nas admissões de pacientes mais jovens e de grupos não-brancos. Além disso, observou-se uma correlação com indivíduos que provavelmente estavam em situação de crise. Essa constatação sugere que o sistema de saúde mental pode estar enfrentando dificuldades em fornecer suporte adequado à população com deficiência intelectual e/ou autismo, especialmente em momentos de maior vulnerabilidade.
Os autores do estudo enfatizam a necessidade de pesquisas futuras para explorar como os leitos psiquiátricos podem ser utilizados de forma mais eficaz em conjunto com os serviços comunitários. A análise de trajetórias de longo prazo, utilizando dados em nível de participante, pode fornecer insights valiosos para otimizar o cuidado e o apoio oferecidos a pessoas com deficiência intelectual e/ou autismo. Compreender as necessidades específicas desse grupo e desenvolver estratégias de intervenção mais adequadas são passos cruciais para melhorar a qualidade de vida e reduzir a necessidade de internações psiquiátricas.
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