Ossificação Heterotópica Pós-COVID-19: Um Estudo de Caso e Revisão da Literatura
A ossificação heterotópica (OH) é uma condição rara caracterizada pela formação de osso em tecidos moles, como músculos e tendões. Embora possa surgir após traumas ou cirurgias, um caso recente chamou a atenção da comunidade médica: uma mulher de 31 anos que desenvolveu OH após um período de hospitalização prolongada devido à pneumonia causada pela COVID-19.
Durante sua internação de aproximadamente dois meses, a paciente recebeu fisioterapia para prevenir contraturas articulares enquanto estava sob sedação. No entanto, ao iniciar o processo de desmame do ventilador mecânico, ela começou a se queixar de dores e limitação dos movimentos nos quadris e joelhos. Exames de imagem, como radiografias e tomografias computadorizadas, revelaram a presença de OH não traumática nos músculos vasto medial e nos quadris.
Diante desse quadro, os exercícios de amplitude de movimento foram interrompidos e iniciou-se o tratamento com indometacina e etidronato dissódico. A fosfatase alcalina, um indicador da atividade da doença, apresentou um pico 15 vezes acima do valor normal, mas retornou a níveis próximos do normal após quatro meses de tratamento. Após a reabilitação, a paciente conseguiu caminhar com o auxílio de uma bengala em T, embora sua amplitude de movimento permanecesse limitada. Este caso reforça a importância de considerar a OH em pacientes com COVID-19 que apresentam dor articular e imobilização prolongada. A identificação precoce e o tratamento adequado podem auxiliar na melhora da qualidade de vida e funcionalidade desses pacientes. A fisioterapia e o acompanhamento médico contínuo são essenciais para o manejo da condição e minimização de suas consequências. A detecção rápida e intervenção são cruciais para o sucesso do tratamento.
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